A ideia principal desse texto é oferecer de maneira sucinta, uma breve ideia de onde deve estar a atenção do investidor quando o assunto é “risco”, uma vez que esse elemento está intrinsecamente relacionado ao mundo de investimentos.
O primeiro passo nessa direção é compreender que existem diversas formas de risco – usualmente cinco – e como elas se relacionam e nos ameaçam.
1. Risco de Mercado
Dá-se o nome de risco de mercado à oscilação inesperada dos valores dos ativos financeiros resultante da variação de parâmetros de mercado, como é o caso, por exemplo, da taxa de juros, diferentes indexadores e cotação de câmbio.
Um ativo com rendimento esperado de a 1% todos os dias, não surpreende a ninguém ao render… 1% ao dia!
O risco existe basicamente na surpresa.
Quando consideramos o risco de mercado, podemos levar em conta que esse risco pode ser diversificável ou não.
O risco diversificável diz respeito a uma empresa ou segmento específico. Imagine, por exemplo, uma greve de funcionários do setor de educação. As empresas do ramo seriam prejudicadas, e consequentemente, os seus investidores.
Uma boa estratégia para minimizar essas oscilações inesperadas é diversificar a carteira de investimentos e aplicar as alocações em ativos que tenham comportamentos divergentes, permitindo, assim, retornos equilibrados com riscos menores que os ativos originais.
Os riscos não diversificáveis são aqueles que correspondem a mudanças estruturais na economia que afetam globalmente os investimentos. Esse tipo de risco é impossível ser completamente evitado, daí o nome, uma vez que a diversificação de ativos não o elimina. São exemplos: grandes pandemias, revoluções tecnológicas globais, grandes guerras, etc.
2. Risco de Liquidez
De forma resumida, o risco de liquidez é a possibilidade de precisar resgatar o investimento em um momento pouco propício, pela necessidade do dinheiro.
Em nossa vida cotidiana esse caso pode ser bastante recorrente. Deixar toda a aplicação em ativos de baixa liquidez pode ser uma armadilha, uma vez que estamos suscetíveis a ocorrência de algum evento inesperado , como a perda de emprego ou alguma emergência médica.
Sua incidência em fundos de investimento, no entanto, é menos frequente nas discussões do investidor médio, mas é um problema a ser observado de perto.
Especialmente em fundos dedicados a crédito privado, é comum que o prazo médio da carteira esteja descasado com a promessa de liquidez para o cotista.
Não se trata propriamente de um descuido do gestor do fundo, mas o fato é que, para buscar taxas mais atrativas, é comum que os gestores dessa classe de investimentos busquem alternativas com investimentos mais longos e reservam liquidez apenas no montante esperado de saques para os próximos períodos.
Ocorre que, em caso de corrida aos bancos – ou melhor, aos fundos – e uma demanda maior por liquidez do que a prevista, o gestor precisa se desfazer dos papéis pelas condições oferecidas no mercado secundário e, consequentemente, bastante desfavoráveis.
3. Risco de Crédito
Em suma, o risco de crédito nada mais é do que o risco de não receber o dinheiro devido.
O principal motivo a ser tratado nesse tópico está na impossibilidade do pagador honrar suas dívidas pelo agravamento do seu estado financeiro.
Esse é um risco bastante presente nas operações de crédito, como comprar CDBs de um banco que venha a entrar em liquidação, comprar debêntures de empresas que quebraram, entre outros exemplos.
Esse é um risco particularmente perigoso por ser abrupto e bastante silencioso. Especialmente em títulos ou carteiras em que o preço do ativo não leva a marcação a mercado, muitas vezes o investidor sente a perda apenas quando em seu estado mais drástico.
Por isso é extremamente importante acompanhar quem está do outro lado em uma operação financeira. Deixar-se levar apenas por uma taxa atraente pode ter consequências duras.
4. Risco Operacional
O risco operacional se dá em casos que o processo de investimento sofre algum empecilho. São exemplos de risco operacional: instabilidades na corretora, queda de energia, erro de digitação etc.
Os riscos operacionais nunca serão integralmente eliminados, mas a tecnologia auxilia bastante em mitigá-los.
Contar com serviços em nuvem, servidores em locais especializados e automatizar processos, são formas de utilizar as tecnologias atualmente disponíveis para evitar grandes perdas oriundas de falha procedimental ou humana.
Figura 1 – Tela de agendamento Comdinheiro
5. Risco Legal
Por fim, risco legal diz respeito à não formalização correta do instrumento de investimentos.
Não se trata, nesse caso, de um investimento reconhecidamente ilegal, pois como apontado nos parágrafos anteriores, se é previamente conhecido, não se caracteriza propriamente o risco, mas de casos de pirâmides financeiras, reinterpretação de jurisprudência ou simplesmente mudanças constantes de leis.
Esse último, no entanto, mereceria um capítulo à parte…
Caso queira acompanhar mais de perto seus investimentos, monitorar e mitigar parte dos riscos tratados neste texto, conte com as soluções do Comdinheiro. Entre em contato e saiba como.